NORBERTO ÁVILA
A PAIXÃO SEGUNDO JOÃO MATEUS (Romance Quase de Cordel)
Romance (2004 a 2006)
Edição do Instituto Açoriano de Cultura (Angra do Heroísmo)
Lisboa, 2011
Sinopse da obra e transcrição de 3 das Histórias Intrometidas
SINOPSE:
A Paixão Segundo João Mateus (Romance Quase de Cordel) tem como assunto principal a peça A Paixão Segundo João Mateus, com que o mesmo autor havia homenageado a criatividade popular da sua ilha Terceira. (Publicada pela primeira vez em 1983, a estreia absoluta viria apenas a verificar-se em 1996, pelo Teatro A Oficina, de Guimarães.)
Num prospeto de divulgação desta obra, escreveu o autor: “Durante uma viagem que fiz pela Califórnia (por ocasião do lançamento do meu álbum fotográfico As Fajãs de São Jorge, em 1993), ocorreu-me a ideia de um fictício encontro com João Mateus, em Tulare, onde o não menos fictício poeta popular terceirense, agora com os seus 80 anos, estaria radicado.
“O romance é, portanto, a rememoração de como ele ‘teria escrito’ A Paixão e a representou durante 8 anos. Resultado: todo o texto da peça e a sua concretização cénica são acompanhados e comentados a par e passo. Mais: servindo-se da deambulação descritiva, João Mateus vai introduzindo na narrativa histórias comoventes, graciosas e até pícaras, a propósito de alguns intérpretes das figuras bíblicas, num contraponto de registos que me parece estimulante para a leitura.
“Trata-se de um romance narrado na primeira pessoa que, no seu tom de oralidade, deixa pressupor a minha presença tutelar, sem que eu pronuncie, no entanto, uma única palavra.” (NORBERTO ÁVILA)
Do Prefácio:
“Com este livro Norberto Ávila reincide n’A Paixão, abrindo-a a novas vias, e na arte de se movimentar hábil e inventivamente por diferentes estruturas discursivas, colocando em paralelo os planos distintos da representação e da vida, que aqui se tocam e se misturam, para reflexão e divertimento do leitor.
“Romance Quase de Cordel, conjuga, com invulgar mestria, a segurança da tradição com uma perturbante modernidade. Como um Jano de duas faces, o autor volta-se para a cultura popular, mergulha nas suas raízes açorianas e nas falas de sabor antigo, para logo regressar à superfície, vivo e de olhar apontado às conquistas da ficção pós-moderna, sem ceder à tentação do fragmento.
“Pela capacidade de harmonizar uma grande elaboração formal com a prática digressiva da oralidade; pela sua magnífica paleta de cores, a oscilar entre o roxo da via crucis e os tons indisfarçavelmente jocosos da glória de existir; pela capacidade de estabelecer cumplicidades com o leitor; pelo modo singular de infringir a própria norma romanesca, A Paixão Segundo João Mateus apresenta-se como um romance sem equivalente. E sem a possibilidade do espinho da desilusão.”
TERESA CARVALHO – investigadora da Faculdade de Letras de Coimbra
Opinião crítica:
“Com mestria, desenvoltura e imaginação criadora assente na magia do verbo, Norberto Ávila recria, neste livro, o falar popular da ilha Terceira, explorando as suas particularidades lexicais e fonéticas.
“A Paixão Segundo João Mateus […] resulta de uma revisitação e de uma transposição de um texto dramático em verso […] para a presente versão narrativa, o que é passível de colher de surpresa muitos leitores, desde o estilo surpreendente e a inesperada exploração linguística de que o livro dá conta.
“Gostei incondicionalmente da técnica prosódica usada e muito apreciei o referido velho João Mateus, poeta popular da Serreta, narrador, contador de histórias, autor, encenador e mestre de cerimónias (com treino de muitos anos a compor “inredos” para as danças carnavalescas) […]
“ A Paixão Segundo João Mateus é isso mesmo: o poder evocativo, a recriação de lugares e atmosferas, a revificação da língua portuguesa, uma escrita que bebe no húmus da nossa condição insular, as bruscas mudanças no embalo da frase, só possível graças ao engenho de um criador de muito mérito. Entre uma tradição e uma modernidade, a obra flui na desordem ordenada que lhe dá a sua espontaneidade, casticismo e naturalidade. Mais do que uma regionalização pela linguagem, há aqui o estado natural da fala – o falar terceirense […].
“Livro sintomático da multividência açoriana, A Paixão Segundo João Mateus vale por essa experiência linguística que há muito se não via na produção literária açoriana, e vale, sobretudo, pela profunda humanidade das suas personagens. Eis um grande livro para quem o souber ler.”
VICTOR RUI DORES – A Tribuna Portuguesa, USA (Modesto, Calif.)
HISTÓRIAS INTROMETIDAS (do Narrador João Mateus)
[ De como João Mateus viu o Otelo de Shakespeare em San Francisco ]
Disculpe esta interrupção. Era o Michael, a prèguntar se já tinha chigado o mê cunterrâneo, e a deixar-le as buas-vindas. É um rapaz munto delicado e atencioso. Munto sociávle. Sai ò pai (Dês le dê Céu!), o Tony Corvelo, que tendo nacido na Serreta, emigrou inda pechinchinho pra estas Calefórnias e acabou pro casar na Treceira co’a minha Deonilde. Mãs isto pra dezer qu’o Michael ficou d’apar’cer amenhã de menhã, por essas onze (i)horas. E vai ficar cunnosco inté ò domingo à noite. Certamente que o sinhor vai gostar de conhecê-lo. Tant’ mais qu’estes assúintos de que temos istado a cunversar nã le são de todo indif’rentes.
Arrecordo-me de que há pouco menos de 10 anos, – acabava (i)eu de fixar-me nos Istados Unidos e ele istudava aiinda num colégio aqui de Tulare –, luvou-me no sê carro a San Francisco. Fomos antão a um teatro munto grande – ei tal mistério! – a ver uma peça cuijo nome agora m’iscapa. Q’alquer coisa treminada im …elo?
Imbora ê nã precebesse nada d’inglês (que hoije semp’ vou apanhando o suficiente prò dia-a-dia), ficou-me a ideia de que seria um inredo deveras comovente e inté revoltante, pla situação de inju’tiça a que é sujeita uma das feguras princepais. (Esta Paixão, mal cumparando, que aqui tenho sobre os joeilhos, tamém num é mais qu’a denúncia duma grande, enorme inju’tiça. Mãs adiente.)
Pois olhe o sinhor que era a hestória duma jovem sinhora, munto loira e munto linda, que se apaixona por um hóme um tanto iscurote da pele (creio que lá dessa gente das Arábias ou das Moiramas). Hóme munto expedito nas armas, ao que parece, e que amava predidamente aquela jóia d’isposa. E num é qu’entr’ambos s’atravessa o estepor dum marmãinjo, cum intrigas indecentes, a prepósito do cumportamento da sinhora, que a pouco e pouco vão invenenando o coração do marido! E porque vira e porque torna, e porque torna e porque deixa!, e porque ela tinha predido um lincinho qu’ ele le of’recera, cum uns morangos bordados, (isto me ia cochichando o mê neto, de vez im quando), e unde é que está o lenço?, unde é que meteste o lenço?, a quim foi que deste o lenço?, sua esta e sua aquela. (Parece inté que le chumava um nome munto feio, vailha-me Dês.)
O que é certo é que, lá mais prò fim da peça, já a linda sinhora se pruparava pra se deitar, já tinha rezado as suas orações, o que havia de dar na cabeça ò malino do marido ciumento? Deitar-le as mãos ò piscoço e estrafegá-la, cego de raiva, e, pra mais ajuda, suvocá-la cum uma aumofada.
Pois semp’ le quero dezer que, no final de contas, o intriguista mata a própia mulher (que era dama de cumpanhia da virtuosa sinhora estrangulada). O desvairado melitar da pele iscura (general, se bem m’alembro), fere co’a ispada o intriguista e, òspois duma longa fala im que par’cia mais tranquilizado, eis que puxa o punhal da cinta e, num zape, suicida-se ali mêmo, à frente de nã sei q’antos mortos e de nã sei q’antos vivos, e cai, a seluçar, sobre o corpo da pobre isposa inocente!
Fichada a cortina, reaberta a cortina, reaparécim, dubaixo de luzes fortes, todos aqueles mortos, agora “ressu’citados”, e vêm todos, cum os que iscapárum à carnifecina, agardecer os aplausos retumbantes d’assistença. Ei, tais istrondos d’intusiasmo! (Que, pansando bem, – e se me premite a cumparação –, nim eu nim a minha gente nos pod’remos queixar do acolhimento que, ò longo daqueles oito anos – oh que soidades! – o povo da Serreta e de oitras freguesias se dignou duspansar-nos!)
[ De como a cozinheira Olívia Cananeia se curou do seu fastio ]
Inda há bocado veio à bailha o facto de neste empriendimento que foi A Paixão têrim istado involvidos parentes mais ò menos chigados de 3 ò 4 famílhias. Alembra-se, por inzemplo, do tal Maurício Ferrador? O que fazia de Herodes! Pois integrou-se no noss’ grupo cum um filho: – o Frutuoso Madruga, lavrador (que era o Pedro, descíp’lo de Jasus) e uma filha: – a Olívia (a nossa Cananeia), que cozinhava na taberna do marido, o Manel Charamba (o qual por sua vez era o Judas, salvo seija!) E digo “salvo seija” cum ref’rência ò Judas, o treidor, que lá o Manel Charamba é e semp’ foi uma inxelente criatuira.
Pois a nossa Olívia Cananeia (agora á assim que todos a conhécim!) é antão cozinheira de profissão, e até munto acertada no timpero da comida, o que, nos dias que vivemos, de tanta e tã desinxaibida mexerunfada que por’i nos impíngim im certos restòrantes, é caso p’agardecer a Dês Noss’ Sinhor. Mãs, ò cuntráiro do que é o maginar mais frequente, sigundo o qual uma cozinheira há-de ser uma mulher cheia de carnes e avantejada, esta (i)é, – comâ bem dev’rá recordar-se, – a magreza im pessoa, nim comendo siquer coisa que se veija, debicando umas ninharias num pir’zinho, e munto fora d’horas, sim ò menos s’assantar à mesa. E o pior é que se arrasta cum todas aquelas doenças bem atreladas: as que tem e as que julga que pod’rá vir a ter daqui a cinquent’ anos. Ora acuntece que uma tia da Olívia, irmã do Herodes Ferrador, vevia na Calefórnia há munto ano, e mais inzatamente im Monterey. (Eu inda a conheci na Serreta, munto hábil a fazer capaichos de foilha de milho.) E a dita mulher, que se chumava Graziela, cundoía-se munto da pobre da Olívia, qu’ im todas as cartas se queixava dos sês padecementos e das faltas d’ap’tite que a atromentávum. Pelo que, ò longo dos anos, le foi inviando umas latinhas cum uns floques de cereais, umas farinhas vitaminadas, uns fortificantes à base nã sei de quê (nim que tais indróminas num inzestissem im q’alquer mercearia da nossa ilha Treceira). E a pobre da Olívia, semp’ munto agardecida, tomava uma vez ò oitra uma colherzinha daquelas especialidades, mãs a vredade é que grande parte acabava na pia do porco ou na cerca das galinhas.
O sinhor está-se a rir? Pois num é caso pra tanto. Oiça, pro favor. O resto da hestória.
Lá q’ando Dês Noss’ Sinhor foi servido chumou à sua devina presença a boa tia Graziela. No intanto a filha cum quem ela vevia, que era assim um bocadinho atolangada (e nã tinha culpa disso, coitadinha), sabendo daquela devoção materna, fez quistã de manter o ínvio das farinhas mirabolantes à prima Olívia. Olívia iscreve-le uma carta de sintidos pêsames, lamintando munto e munto o falecemento daquela tia que ela tant’ e tant’ estimava. E, im pòstescrito, agardecia a alembrança ultimamente arrecebida, dezendo cum munta cunvicção que aquela farinha mai’ cinzintinha era a que le par’cia mais apropiada ò sê premanente istado de fraqueza.
Pois aí vai o resto, prò sinhor rir mêmo inté às lágremas.
Mal a Olívia Cananeia havia expidido estas notícias, chega uma carta da prima (cuijo nome era Daisy). Antre oitras revelações e divagações de semenos importância, pidia-le a de Monterey munta disculpa por, na últ’ma missiva, iscrita im tã doloroso momento, nã se ter alembrado de dezer-le que, comâ agora ia sendo hábito nos Istados Unidos, a tia Graziela nâ fora sepultada, mãs cremada, e, pra milhor intendimento, queimada num forno especial. E que, tendo im cunsid’ração o munto afeto de Olívia pla tia Graziela, fezera quistã de rupartir cum a sua q’rida prima as cinzas funerárias. “Se nã chigárum aiinda, devim d’istar a chigar”, acrecentava a Daisy; “mandei-as numa daquelas latinhas de farinha… (e lá dezia a marca, de que nã m’arrecordo nim é preciso).
E agora ria à vuntade. Que rir é o milhor rumédio, sigundo se diz. E, se fezer chichi nas calças, há-de haver por’i maneira de as lavar e inxugar.
[ De como o Nixon veio à baila numa dança do Carnaval terceirense ]
Venha daí comigo, mê caro patriço, e antremos ambos e dois na rica moradia do Caifás, unde os Puntifes, Escribas e Fariseus assístim ò interrogatório a que o dito Caifás, Sumo Saçardote, submete o Cristo.
Mãs o sinhor há-de ‘sculpar oitra divagação que bem m’apetece fazer e que nã perde pla demora. E assim cumo le referi, no númaro de q’antos participávum no noss’ispetác’lo, oitros grupos de parintesco mais ò menos próssemo, no sãingue ò por afenidade, talqualmente le quero cuntar que tí’mos dois irmãos: o Oldemiro e o Isidro. O prumeiro, carteiro de profissão, era tamém cantador. Era e é, graces a Dês, qu’inda num há muntos dias arrecebi notícias dele. Mãs isto pra dezer ò sinhor que ò nosso inxelente Oldemiro cabia precisamente o papel de Caifás. (E já agora acrecento que o irmão Isidro era, na prumeira parte, o benditoso ressucitado Lázero, um dos cunvivas na ceia of’recida plo Simão de Betânia.) Ora dezia (i)eu antão que o Oldemiro era mê cumpanheiro nestas artes da cantoria e das danças de Carnaval. E acuntece que aí por mil novecentos… e setenta e um… Digo bem: 1971, porqu’isto foi no ano ant’rior ò da prumeira represintação da nossa Paixão. Im 1971, já bem perto do Natal, a esse que n’altura era presidente dos Istados Unidos d’Amér’ca, Richard Nixon (que por sinal naceu por’i, mais abaixo ò mais acima, nestas terras da Calefórnia…) deu-le pra s’ajuntar cum o presidente da França, Georges Pompidou. Ist’ na nossa q’rida cidade d’Angra do Heroísmo, numa cimeira de polítecas cunversações, cum vista, (creio eu) a dar salvação a (i)este mundo descuncertado. E unde é que òs nossos govrenantes les par’ceu milhor dar poisada a tã destintas feguras da cena internacional? Nim mais nim menos que na ‘Stalage da Serreta, aquele edifício moderno e invidraçado, cum sua linda vista sobre o mar.
Por essa ‘casião istávum na Treceira muntos jornalistas, cumo é bem de ver, de muntas provenienças. E alguns (pertugueses, nat’ralmente), oivindo falar das nossas cantorias, mostrárum crusidade im conhecer essa nossa (i)arte popular. P’lo que, por ineciativa e deligença nã sei lá de quem, òrganizou-se dum dia prò oitro, uma cantoria, mêmo no terreiro frente à igreija da Serreta. Ora o nosso Caifás (digo: Oldemiro) e eu própio istá’vemos antre aquela meia dúzia de participantes. Mãs, à últema da hora, cunstou que o Oldemiro já nã dev’ria fazer parte do nosso grupo. Isto porque havíum chigado òs oividos de nã sei qu’autoridade, certamente um desses mês-sinhores da (i)alta polít’ca, uns zunzuns sobre uma quadra que o Oldemiro tinha improvisado, uns dias antes, num cantoria no Porto Judeu. (Isto porque o Oldemiro soibera da vinda do Nixon à Treceira e tamém porque, tendo vesitado ultimamente os Istados Unidos, cumo cantador afamado que todos q’ríum oivir, conhecia certas indróminas da govrenação amaricana.) A quadra – nunca m’há-de isquecer – dezia assim:
“Lá lõinge a guerra predura,
Ó Nixon, de modo infame!
Nã queiras matar os teus
Nesse infrenal Vietname!”
(E, cumo nã podia deixar de ser, uns quantos desses sòldados inté seríum de sãingue açoriano, o que tronava a quadra deveras pretinente.)
Protanto, e comâ eu ia dezendo, alguém cuijo nome já nim m’alembra – e aiinda bem! – pôs im causa a partecipação do Oldemiro na dita cantoria a realizar na Serreta, acrecentando, (ò que parece) que se calhar ele tamém nã cuncordava cum as nossas guerras do Ultramar, e tudo isso pod’ria trazer-nos alguns imbaraços. E eu antão inchi-me de còrage e premiti-me tomar a defesa do Oldemiro, dezendo que, se a cinsura fosse pro diente, nã cuntássim cum a minha colab’ração. E nestas mesmas ôndeas de cumpanheirismo e solidariedade navegávum os oitros cantadores. Plo que ficou sim efeito o impedimento aleventado ò Oldemiro, e a cantoria na Serreta acabou pro se realizar cum todo o grupo previsto, e pode-se dezer qu’inté correu munto bem e sim precalços de maior, à parte uns remoques a um sinhor d’óc’los de vidro ’spesso que nim fúindos de garrafa. (O tal cavalheiro de cumprotamento cinsório.)
E agora, pra treminar este desvio, mãs aiinda porque vem a prepósito: Para as festas do Intrúido de 1975 (q’ando já todos os Pertugueses havíum recuperado im pleno a sua libardade d’ixpressão), alembrei-me do Nixon oitra vez. Isto porque os noss’ jornais falávum munto do escanduloso caso Watergate, im que o dito figurão se viu involvido, numa indecente espionice. De mode qu’ iscrevi um inredo para uma dança sobre o assúinto. E quem hav’ria (i)e de cunvidar – e cum munto gosto – prò papel do Nixon? O Oldemiro, pois antão!
“Ê já ‘stive na Treceira,
(cantava o Nixon)
“E nã ‘stou arrepindido.
Mãs fiz a Dês uma prece.
O medo era qu’hoivesse
Um microfone iscundido
No rebordo do bidé.”
E o Ratão, que era (i)eu:
“Quem te pode ultrapassar?
Nós nã q’remos afinar
Sigundo o teu lamiré!”
Pois desta vez é que é – e já num é sim tempo! – chigamos deveras ò int’rior da casa de Caifás. Ali tamém se incúntrum os Puntifes, Escribas e Fariseus, desertos por iscuitar o interrogatório a que o Sumo Saçardote decediu submeter Jasus Cristo.
NORBERTO ÁVILA
Mais dados sobre este romance em GUIA de Pesquisa e O AUTOR a Par e Passo.
Outras 3 destas HISTÓRIAS INTROMETIDAS acessíveis, online, no Caderno Açoriano 16 da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia (dedicado a Norberto Ávila): [ De como Lisuarte aceitou interpretar a figura de Cristo ], [ História da intérprete de Salomé e seu irmão Venceslau ] e [História das perdidas fotografias da Califórnia ].